quarta-feira, 18 de setembro de 2013

The Baggios e sua (ótima) Sina.

Mais uma vez eu venho aqui, achar que sei de alguma coisa e dar a minha opinião sobre o que anda rolando de novo por aí.

Desde que lançaram o single do novo CD no soundcloud, eu já sabia que podia esperar um disco com uma energia maravilhosa. Infelizmente, não me preparei psicologicamente pra ouvir o que seria em minha humilde opinião, um dos melhores trabalhos lançados nesse ano.

Com 12 faixas, o novo albúm da The Baggios, intitulado "Sina" traz toda a sonoridade da banda, que já estamos acostumados a ouvir nos trabalhos anteriores, mas com alguma coisa a mais. Uma mistura de sons e influencias distintas, que fazem com que qualquer um se encante automaticamente. Se antes, a guitarra de Julio e a batera de Gabriel já conversavam lindamente, atualmente posso dizer que agora elas batem aquele papo gostoso de velhos amigos.

O maior exemplo disso é a música que abre o disco, "Afro". Com uma variedade nos sons da batera, foi uma ótima escolha como 1ª música. Ela é instigante, faz você querer ouvir o que vem a seguir.

O single do album lançado antes do lançamento oficial do cd ficou por conta da terceira faixa do cd, "Sem Condição." Mais uma vez, uma ótima escolha! É uma música completamente viciante, que pode ser repetida inúmeras vezes e dificilmente tornar-se enjoativa. Saca só:




"Salomé me disse" lembra-me muito os sons antigos da banda. Ainda não sei porque, mas o arranjo me remete as sonoridades encontradas nos trabalhos anteriores. O que nos faz perceber que a The Baggios não esqueceu de suas raízes. 

"Sina", música que dá nome ao disco, é a realidade cantada. Gosto do ritmo dessa música, além de a letra ser uma das minhas preferidas. "Você dá a mão, nego quer arrancar seu pé." Vai dizer que isso não é uma das maiores verdades dessa vida?

"Vagabundo Arrependido" tem as rimas mais legais do disco e guitarras capazes de fazer você se animar rapidamente. "Um rock pra zorrão" também possui essa capacidade. Principalmente quando se diz: "Eu sou fera, bicho!" É uma frase simples, uma música simples, mas que me faz rir e sentir-me contagiada como nunca. Essa música pode ser levada como lema de vida, sabiam?

O amor da minha vida nesse cd fica por conta da faixa "Domingo", que talvez seja a mais calma do album. Não sei porque senti uma simpatia tão grande por essa música. Mas gosto de ouvir o refrão. Acho que me lembra aqueles coros de crianças cantando, por mais estranho e nada a ver que possa parecer. Ah, qualé? Vocês sabem que eu não sou muito sã das ideias!

A verdade é que se eu pudesse, pegaria todas as faixas desse cd, colocaria num potinho e as soltaria em cada momento da minha vida que eu sei que elas se encaixam perfeitamente. Ver essa mistura de rock e blues que sai do nordeste sempre me anima e me deixa feliz com o resultado. Fora que, rock com sotaque nordestino é uma das melhores coisas do universo!

Enfim, acho que você que tá aí do outro lado, deveria ir até o site da banda, baixar e ver como eu tenho razão em estar aqui falando das maravilhas que é esse CD. Como eu disse anteriormente, tem tudo pra estar entre os melhores lançamentos desse ano. Se você quiser, pode ouvir online no Deezer e no Rdio. Mas tenho certeza que ao ouvir, vai querer ter esse cd pra você.

E um recado aos caras da The Baggios: Sim, vocês são feras, bicho!

Até mais, minha gente!

Sarah Azevedo.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Facção Caipira e seu Blues Brasileiro Foragido Americano.

Fala aê crianças! Como tá a vibe? Novamente, deixei isso aqui criar teia de aranha. Mas não se preocupem, de vez em quando aparecerei pra dar uma organizada.

E como não poderia ser diferente, para a alegria de vocês, vim atualizá-los sobre o que vem acontecendo por aí. Ou seja, vim trazer mais uma entrevista com alguma banda de nome estranho!

Há séculos que o mercado independente carioca vem sofrendo uma verdadeira transformação e muitas bandas boas andam surgindo e conseguindo se manter. Grande parte dessa galera vem da baixada fluminense e a banda entrevistada de hoje faz parte dessa lista. Apresento à vocês, a Facção Caipira!

O quarteto de Niterói, formado por Jan Santoro (vocal/ressonator), Daniel Leon (vocal/gaita/violão), Vinicius Câmara (baixo) e Renan Carriço (bateria), começou lá por 2009, passando por algumas mudanças em sua formação até chegar a esta apresentada acima. Com a intenção de tocar o que gostam, os meninos fazem - como os próprios dizem- um blues pra lá de rock and roll, que faz qualquer um querer aprender alguns passos de dança ao ouvir. É impossível ficar parado e não querer aprender as letras das músicas. É principalmente essa energia que eles possuem em palco que faz com que queiramos abraçar a banda, mesmo sem nunca ter visto. Tá pensando que eu to brincando? Saca só um pouco:


Com um EP gravado, intitulado com o mesmo nome da banda e recém vice ganhadores de um importante festival realizado no Circo Voador, a Facção Caipira vem espalhando seu rock e conquistando cada vez mais um público bacana. Bati um papo com o Jan Santoro, vocalista da banda, sobre essas coisas e mais um pouco. Você pode conferir logo abaixo:

- Vocês existem desde 2009, ou seja já possuem um bom tempo de estrada. Quando começaram, já tinham ideia de que iam viver de música? Como vocês se conheceram?
R: O projeto Facção Caipira existe desde 2009 sim, mas com outra formação, outro tipo de som, mas com o mesmo propósito de hoje - viver de música.
No começo éramos eu (Jan Santoro, Resonator/Voz), Vinicius Câmara (Baixo) e mais dois amigos: um guitarrista, outro baterista. Tocávamos alguns covers clássicos de blues como Muddy Waters, SRV e arranhávamos algumas composições minhas que descambavam em um blues arrastado numa viola safada com letras já em português.
Mas quanto mais se toca, mais coisa se escuta, mais se aprende – não passava um dia da minha vida sem escutar pelo menos uma música de Johnny Winters, então já não era surpresa que uma hora acabar me apaixonando por tocar com slide.
Já arranhava algumas coisinhas e numa dessas noites que você sai com o violão pra rua, tive a honra e felicidade de conhecer Daniel Leon (Gaita) – foi num bar, nos apresentaram e passamos praticamente a noite tocando. Daniel já vinha com um trabalho autoral em que acompanhamos por um tempo, coisa boa vale conferir, mas logo depois ele também acabou pulando pra dentro da carroça da Facção.
Tínhamos uma rotina semanal de ensaios no Estúdio Villa, aqui em Santa Rosa, Niterói (RJ) e lá mesmo aconteceu nosso ultimo episódio da formação da banda. O ex-baterista não pôde fazer um show no Espírito Santo e já vinha nos falando que estava se encaminhando para outras prioridades para fora do projeto. Ai que entrou Renan Carriço – dono do Estúdio Villa, multi-instrumentista e que já conhecia nosso trabalho – perfeito, cobriu o show em grande estilo com duas semanas de ensaio, se declarou baterista e se juntou pra Facção Caipira com grande energia.
Hoje cada um do seu jeito caipira traz sua influência pra banda, não sei explicar o que estamos fazendo, mas a gente gosta, acho que só se traduz escutando mesmo!

- Donde surgiu a ideia do nome "Facção Caipira"?
R: Ideia solta, era um nome que soava engraçado que eu tinha anotado quando bem mais novo, nem banda existia! Hoje existe um conceito, uma energia e uma felicidade por trás dele que eu nem podia imaginar na época.
Hoje foi se definindo assim: A Facção é um grupo de indivíduos partidários lutando pela mesma causa: Um blues pra lá de rock ‘n roll. O Caipira é aquele indisposto a seguir tendências, trilha de sandálias, com humildade, mas fazendo barulho por todo lugar que passa. É fazer o que gosta e de um jeito simples, honesto.

- Vocês fazem uma mistura de blues e rock no som de vocês. Acham que o blues é um gênero pouco divulgado no Brasil?
R: Chamamos essa mistura de Blues Brasileiro Foragido Americano, pelas influencias tanto daqui pelas letras em português, pela língua, pelos nossos costumes, ritmo e cultura quanto de lá!
Olha, não diria pouco divulgado, existem vários festivais irados de blues pelo Brasil a fora: Jazz & Blues de Rio das Ostras (RJ), Ibitipoca Blues (MG), Festival de Blues de Paraty (RJ), SESC Jazz&Blues em Ribeirão Preto (SP), Manguinhos Jazz & Blues (ES), ViJazz & Blues Festival (MG). Enfim, só coisa boa.
Inclusive os artistas que representam o blues no Brasil são muito bons e tem um ótimo reconhecimento aqui e lá fora, dentre eles com destaque está nosso queridíssimo Celso Blues Boy e seu registro animal de como é tocar uma guitarra, os gaitistas Flávio Guimarães e Jefferson Gonçalves, os guitarristas Big Joe Manfra, Big Gilson – músicos incríveis. E tem gente nova e muito boa no pedaço é só ficar de olho!

- Recentemente, vocês participaram do Webfestvalda e ficaram em 2º lugar. Como foi essa experiencia?
R: Certamente uma das melhores que já nos aconteceu, foi lindo – além da mega estrutura do festival, de todo carinho da produção e de todos envolvidos, tivemos a chance de conhecer muita gente boa, profissional de outras bandas de todos os lugares do Brasil. A honra de ter a experiência de tocar no Circo Voador com aquele aparato todo, de ter a felicidade da casa cheia, o carinho de muitos amigos com a gente dando força, torcendo foi foda! Agradeço muito por isso tudo, pelo reconhecimento do nosso trabalho em forma de premiação, no meio de tanta banda boa, foi realmente emocionante mesmo – ali qualquer uma que ganhasse o prêmio pra gente já estava justo! O que ganhamos mesmo do festival foi a incrível experiência só de estar ali, o resto deu no que deu haha

- Qual a melhor lembrança que vocês possuem desse tempo de estrada?
R: Ué, repetiu a pergunta?! Zueira, temos varias lembranças boas desde o final do ano passado. Se apresentar no Teatro Municipal de Niterói no lançamento do nosso primeiro EP gravando também um DVD do show completo disponível no Youtube, conhecer João Monlevade, Ipatinga, o pessoal do coletivo FDE de minas, a galera do Assédio Coletivo do ES e dos outros coletivos de lá, tocar no Festival Hey Joe em Niterói, Tocar no Lá Tá Rolando logo após o Festival de Jazz & Blues de Rio das Ostras, Ganhar todos os prêmios do Festival Som na UFF de 2012 ( melhor banda, melhor interprete, melhor música e melhor instrumentista), muitos momentos bons que com certeza nunca esqueceremos!

- Vocês costumam ouvir o que tem no cenário independente? Qual a opinião de vocês?
R: Com certeza, estamos sempre antenados. Buscamos sempre conhecer artistas novos que estão na correria como a gente para trabalharmos juntos e cada vez mais. Tem muita coisa foda acontecendo no cenário independente, só tem a reclamar quem não procura. Temos ai: Black Drawing Chalks, Macaco Bong, Far From Alaska, Bando Antiguera, Antes de Ontem, Motosserra Truck Clube, Kapitu, Rivotrio 2mg, Besouros Verdez, Gilber T, Jair Naves, Emicida (...)

- Pra quem quer viver da sua música, acham que a internet é essencial?
R: Claro, a internet é fundamental pra propagação do seu trabalho, a facilidade com que pessoas de outros lugares têm em conhecer o seu trabalho é tudo. Mas estar em um show e o que ele passa sempre é a melhor opção pra conhecer de verdade uma banda, nesse caso a internet vira tira gosto. Mas sem duvida, é essencial! Música hoje é multimídia, é vídeo, é imagem, conceito, som e nesse ritmo, daqui a pouco vai tá dando até pra comer.

- Existem muitos locais que as vezes acabam se aproveitando das bandas e estas acabam pagando pra tocar. Já passaram por isso? Como veem esse fato?
R: Já passamos por isso para nunca mais. O que tem de gente querendo se aproveitar de gente e de gente deixando que se aproveitem é pavoroso. Quando é uma questão de mau caráter, não fazemos. Mas quando é uma produção honesta que oferece o espaço mas as vezes não tem verba suficiente para arcar com todos os custos de uma viagem por exemplo, damos um jeito de ajudar ao máximo, fazendo sempre o que for melhor para todo mundo.

- Existe algum cantor ou banda que vocês tenham muita vontade de fazer uma parceria?
R: Eu tenho muita vontade de fazer uma parceria com o Tom Zé e da gringa, uma Jam com Eric Sardinas, ou Roy Rogers juro que não cairia mal! haha

- Quais os futuros projetos de vocês?
R: Estamos sempre em fase de composição, trabalhando coisas novas, testando novos ritmos prum novo CD, ou um segundo EP. Mas agora estamos na correria pro nosso primeiro clip, uma ideia que já está sendo amadurecida e com tudo dando certo, vamos lançar ainda esse ano.

-Por que as pessoas deveriam ouvir o som da Facção Caipira? Mandem um recado pra quem ainda não conhece a banda.
R: Cada um tem sua razão pessoal pra escutar uma banda, ouvir Facção Caipira? Acho que todo mundo é um pouco Caipira, seja um Caipira simples, um Caipira honesto, ou um Caipira apaixonado, um Caipira bêbado ou até mesmo teimoso e tudo mais. A gente só pega e naturalmente vai revertendo isso em som, que tipo de Caipira você é? Convido para quem não conhece e pra quem já conhece, a irem em um show nosso pra trocarmos essas ideias e energias boas através desse blues brasileiro foragido americano! Um abs Caipira,

Jan Santoro

E foi isso, galera! Muito obrigada ao Jan, por toda a atenção. E pra você que curtiu a entrevista e o som dos caras, e quer saber mais, pode acessar ao site, facebook twitter e ficar sempre por dentro.

Beijos da Gorda,
Sarah Azevedo.

PS: Como grande maioria deve saber, eu estava com um projeto com o site Além do SOM. E essa entrevista era pra ter saído por lá, mas houveram problemas técnicos. Mas não deixem de olhar o que acontece por lá. Curta a página no Facebook, clicando aqui.

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Até mais, minha gente!