quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Distintos Filhos: Bonito é ser diferente.

Fala gente bonita! Como vão vocês?

Estou aqui mais uma vez pra falar de coisa boa (e não é a tekpix). É música boa, música nova, banda independente da melhor qualidade, pra alegria geral da nação!

A banda de hoje é lá de Brasilia e já existe na minha vida há tanto tempo que eu já nem me lembro mais como conheci, ao certo. Mas provavelmente foi em uma madrugada de trocas musicais com alguém aleatório. À você, alguém aleatório: muito obrigada. 

Apesar de todo esse tempo ouvindo o som dos caras, percebi que nunca tinha falado deles por aqui e que isso já estava mais do que na hora de acontecer. Com vocês, a galera entrevistada hoje é a Distintos Filhos!


Formada por Paulo Veríssimo (voz e guitarra), Ivo Portela (baixo/voz), Túlio Lima (bateria) e Marcos Amaral (Teclado), a banda já está na estrada há quase dez anos. Com vários shows por diversas regiões do país e um álbum homônimo na bagagem, o quarteto tem uma vibe massa, dosando seu som com baladas e coisas mais pesadas, que faz qualquer pessoa se sentir bem ouvindo sua música.

A banda, que lançou seu primeiro clipe no ano passado, acaba de lançar esses dias uma nova música e um novo clipe. A faixa, que é intitulada de “Eu não sei” traz uma vibe voz e violão bem estruturada e harmoniosa. É uma música um pouco melancólica, mas bonita. Perfeita pra pensar, e se caso, te lembrar alguém, quem sabe também não pode ser boa pra sorrir? É a típica balada que faz sentido em diversas épocas da vida. Saca só:

E depois de muito enrolar, eu bati um papo bem legal com o Paulo Verissimo e o Marcos Amaral, sobre a história da banda e os futuros planos. O que rolou você confere a seguir:


- Como a banda se formou e como vocês se conheceram?
 R: Paulo Veríssimo: Eu já tinha uma idéia de banda e já escrevia. Era idéia de adolescente, escrever sobre o que a gente vive e tocar, ser conhecido... Conheci o Ivo e convidei pra entrar na banda, que até então não tinha nome. Foi aí que tudo começou. Em 2004.

Marcos Amaral: Músicas como Meu Retrato, Bonito É Ser Diferente e Enquanto o Tempo Passa, presentes no disco de 2011, foram compostas neste início da banda. Eu só passei a integrar a banda em 2010 e, no ano seguinte, o Túlio Lima passou a ser o baterista da banda. Foi neste período (entre 2010 e 2011) que tivemos a oportunidade consolidar a formação que temos hoje.

- Da onde surgiu a ideia do nome da banda?
 R: Paulo Veríssimo: Eu não tinha nenhuma ideia. Meu pai, que também é músico, sugeriu "Distintos Filhos" e eu gostei.

- Vocês possuem um álbum lançado e produzido por Philippe Seabra (Plebe Rude). Como foi o trabalho de produção e como foi trabalhar com o integrante de uma das maiores bandas de rock dos anos 80?
R: Marcos Amaral: Foi uma experiência bacana. Tínhamos as 13 músicas já prontas e arranjadas, fruto de toda a história da banda até então. O Philippe Seabra nos ajudou com a parte de timbres e com o processo de gravação em si, já que ainda não tínhamos tanta experiência com esta parte técnica.

Paulo Veríssimo: O Philippe Seabra é de uma outra escola, mas aprendemos muito sobre como trabalhar em um estúdio e também como produzir um disco.

- Por falar nisso, vocês são de Brasília, local onde surgiram grande parte das bandas de rock de sucesso. Vocês se sentem pressionados por conta disso ou fazem o som de vocês sem medo dessa questão?
R: Paulo Veríssimo: Não existe pressão! A gente faz o que gosta e o público percebe isso. Não pensamos no mercado e nem nos preocupamos em sermos taxados como sucessores das bandas bem-sucedidas do rock brasiliense, embora sejamos fãs e reconheçamos a importância capital destes músicos na história do rock nacional. Pensamos apenas em construir uma carreira sólida e um público fiel, fazendo o nosso som.

Marcos Amaral: No fim das contas, não há pressão. Aquelas bandas abriram o caminho para as novas bandas brasilienses e para as que ainda estão por surgir. Então, hoje, é até mais fácil trilhar este caminho, pois ele foi aberto por gente como Renato Russo, Herbert Vianna e Philippe Seabra. Brasil afora, as pessoas olham para o rock daqui com bons olhos.

- O som de vocês mistura um grande leque de influências e isso é nítido. O que vocês costumam ouvir nas horas vagas?
R: Paulo Veríssimo: Eu ouço muitas bandas dos anos 70,80 e 90. Não curto muitas bandas atuais, mas ultimamente tenho escutado muito Queens Of The Stone Age, Arcade Fire, Jackson Five, Daft Punk e o novo disco do Titãs.

Marcos Amaral: Na banda, somos todos fã dos Beatles e das carreiras solos dos caras. Sempre nos reunimos para ouvir discos de vinil antigos, e redescobrir esta galera dos anos 60, 70, 80. Acabamos também ouvindo muita coisa nova como o Paulo disse: QOTSA, Arcade Fire, Coldplay etc. Particularmente, tenho ouvido muita coisa do Jorge Ben, Ivan Lins, Erasmo Carlos e a galera dessa geração brasileira dos anos 60/70. Da galera nova, curto muito o trabalho do Jeneci, da Tulipa e os mineiros do Transmissor, que lançaram disco novo recentemente. Esse disco novo do Titãs também tem rolado muito por aqui.

- Vocês possuem um público bastante fiel, que parece acompanhar a banda por ela passa. E vocês já tocaram em muitos lugares. Como é receber todo esse carinho por onde passam e ver que a música de vocês faz bem pra tanta gente? Esperavam que isso um dia fosse acontecer?
R: Marcos Amaral: Receber este carinho é certamente uma das melhores partes de ser músico, ainda que soe clichê. Recentemente, fizemos um show com o público cantando junto, pedindo música, pedindo bis... Mas isto ainda surpreende a gente, porque não é sempre que rola toda esta receptividade. O processo de formação de público para uma banda independente é muito lento. Você faz um show, cativa 1 ou 2 pessoas. Em outro, conquista 15 ou 20 pessoas. Hoje, com dez anos de história, este reconhecimento é mais visível, o que tem muito a ver com a nossa proximidade em relação ao público.

Paulo Veríssimo: Isso acontece de uma maneira mais forte agora, mas, ainda assim, não é sempre que os shows bombam. A gente faz música que fala da gente, de coisas normais. Acho que é isso que toca nosso público, pois somos todos iguais: sofremos por amor, temos nossas alegrias diárias, ou tristezas. Quando o público enxerga isso na música, se identifica e vira nosso cúmplice nessa jornada.

Acham que a internet ajuda  é a arma mais importante para as bandas independentes?
R: Paulo Veríssimo: É uma ferramenta excelente, hoje tudo passa por ela, mas as grandes mídias ainda tem o seu poder.

Marcos Amaral: Talvez seja a mais importante, mas não a única. Eu não chamaria de "arma", mas sim de "ferramenta". Não se constrói uma carreira sólida com apenas uma ferramenta. Então, as bandas independentes têm que correr atrás de outras ferramentas que possam ajudar neste processo de construção. Ter uma banda é muito mais que fazer shows e divulgar no Facebook... É ensaiar, é fazer assessoria de imprensa, é ser produtor de eventos, é ser designer, é ser cinegrafista, é escrever projetos, é ser marceneiro, é ser empresário, fotógrafo, publicitário, panfleteiro etc. 

Acreditam que é possível ser de uma banda independente, sem que se tenha muita visibilidade na mídia (como tv e rádio) e viver cem por cento de música no Brasil atualmente?
R: Paulo Veríssimo: Sim, é possível. Mas tem que trabalhar muito. Eu vivo cem por cento de música, mas dou aulas de guitarra, gravo outras bandas, além, é claro, dos shows. Eu me sinto um cara de sorte por viver assim, mesmo com todas as dificuldades.

Marcos Amaral: Como o Paulo disse: é possível viver de música no Brasil, mas para boa parte dos músicos que fazem esta opção, há esta necessidade de conciliar atividades como gravações, aulas e outros trabalhos em estúdio. Há, claro, bons exemplos de bandas independentes que vivem exclusivamente com seus projetos autorais, mesmo sem muita visibilidade na mídia. São bandas que souberam se profissionalizar, se articular e usar todas as ferramentas disponíveis em seu favor. Quando a banda constrói um público fiel, esta visibilidade não é condição para a sua sobrevivência. E é isto que tentamos fazer na Distintos Filhos.

- Recentemente, vocês tocaram em uma das edições do Fifa Fan Fest aí de Brasilia. Como foi a experiência?
 R: Paulo Veríssimo: Foi ótimo: som de primeira, produção muito foda, mídia. Apenas o cachê que não foi tão bom. Mas, de forma geral, foi bem legal!

Marcos Amaral: Além de toda esta estrutura, rolou uma boa resposta do público... Para nós, certamente foi uma noite inesquecível. Ficamos honrados de participar de um evento "internacional".

- Este ano vocês completam dez anos de banda, correto? Desses dez anos, qual a melhor lembrança que vocês tem em palco?
R: Marcos Amaral: você deve imaginar que em dez anos, é difícil de falar em uma única boa lembrança. Claro, tem aqueles momento de "catarse" coletiva, como a noite em que vencemos o festival FUN Music, em Florianópolis, em 2012; a noite em que vencemos a etapa centro-oeste do Yamaha Brazilian Beat...
Também temos boas lembranças de fora do palco, como o período de gravação do disco e do clipe, que são conquistas enormes para uma banda independente.

Paulo Veríssimo: Acho que o lançamento do disco foi muito especial, além do show em Florianópolis em que ganhamos um festival.

- Pra encerrar, quais os futuros planos da banda? Pretendem fazer algo para a comemoração de 10 anos? 
R: Marcos Amaral: Para comemorar os 10 anos de banda, faremos uma festa-show com os amigos baianos da banda Maglore, no dia 13 de setembro, no América Rock Club (Taguatinga-DF). Estamos usando a hashtag #10anos_distintosfilhos no Instagram, no Twitter e no Facebook para deixar registrada esta comemoração. Então, quem quiser seguir os passos da banda nestas comemorações, é só procurar por esta hashtag nas redes sociais.
De certa forma, cada momento deste ano tem um "quê" de comemoração: o show com a Orquestra de Cordas no primeiro semestre (https://www.youtube.com/watch?v=ZVJqfcuNxPw), o show no FIFA Fan Fest (https://www.youtube.com/watch?v=YCVaWjiUdBY), as apresentações em Goiânia e Anápolis, o lançamento do clipe na Play TV, a música que fizemos em homenagem a Taguatinga, por encomenda da Globo (https://www.youtube.com/watch?v=5h498rc8Dxk) etc.

Paulo Veríssimo:  É isto! Já estamos fazendo vários shows comemorativos. Deve rolar um maior pra fechar esse ciclo. Nós vamos começar a produzir nosso segundo disco... E tocar, fazer shows, que é o que nos mantém vivos e felizes.

Marcos Amaral: Para este segundo semestre, também estamos planejando fazer uma "mini-tour", que deve se iniciar em Anápolis (GO), passar pelo Ceará e pela Bahia. Ainda esperamos confirmar novas datas.

- Mandem um recado pra galera que ainda não conhece o som de vocês.
 Paulo Veríssimo: Baixe nosso disco, compartilhe e apareça nos shows!

Por falar em show, os moleques tocam no dia 13 em Taguatinga com os queridos da banda Maglore. Vocês que puderem ir, não percam. Mais informações sobre esse e outros shows e sobre a banda, vocês encontram no Facebook, Twitter, Instagram e Soundcloud.

E foi isso, negads! Vou deixar vocês com um pouquinho mais de Distintos Filhos:


Fico por aqui. Até mais, minha gente!
Beijos da Gorda,

Sarah Azevedo.

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