Cheguei pra tirar a poeira disso aqui. E nada melhor do que fazer isso e dar uma dica de banda pra vocês né ? Podem agradecer depois, por eu alegrar a noite de vocês e tirarem vocês do lenga lenga que é Salve Jorge.
Sem mais delongas, a banda de hoje é lá da terra do Uai, sô. Formada por Renato (guitarra), André (batera) , Godoy (vocais) e Vitor, chamado de Jean Claude (baixo), chegaram até mim por causa de uma discussão sobre bandas que eu estava tendo com um amigo. Com o nome de Absinto Muito, a banda me chamou um tanto a atenção. Cacei uma música qualquer no Google e a primeira que veio, chamada de "Eu não vou voltar", me impressionou pelas guitarras do começo, as batidas da batera e pelas linhas de baixo, que como a galerinha bonita deve saber, é um dos meus instrumentos favoritos. E óbvio, pela parte em que diz: "Fazem muitos dias que eu não sei o que é dormir". Tinha achado gente que entendia meu dilema. Apaixonei-me pelo conjunto todo. Saquem só:
Logo depois, corri pro site e baixei a demo. Recentemente, os meninos lançaram um cd novo. Aproveitando esse gancho, resolvi bater um papo com eles sobre a banda, as músicas e etc. Olha aí:
- Vocês já se conhecem há muito
tempo ? Como surgiu a banda ?
R: Renato conheceu Dedé, que conhecia Godoy, que conhecia Jean Claude, que
por sua vez conhecia Godoy, que conhecia Renato que conhecia Jean Claude, que
conhecia Dedé. E então eles se conheceram juntos.
- Por que decidiram batizar a banda
com o esse nome ? Alguma influência da bebida Absinto ?
R: Absinto é uma bebida alucinógena, que foi comumente usada por
pensadores, poetas e filósofos no passado. Eles diziam que a bebida causava uma
epifania, uma abertura da mente e clareava os pensamentos. Logo veio a ideia do
sentir muito. A banda tem a intenção de transmitir uma sensação, fazer com que
se sinta muito, se solte, se liberte. Uma catarse livre. Absinto Muito.
- Como surgem as composições ? Todos
na banda compõem ?
R: Levando em conta que a criação é livre, tomamos por verdade que não
existe errado. Cada passo é um e cada acréscimo é aceito com
liberdade. Ao mesmo tempo, é preciso se julgar em uma concordância coletiva; o
trabalho é moldado representando tudo que é e não é cada um de seus criadores.
Música, letra, identidade, vídeo, fotografia, ideia e banda. A Absinto
Muito vive o que faz e o que é.
- Na música “ O Menestrel” vocês
dizem que já falaram pra vocês tomarem juízo. E aí, já tomaram ou a pra fazer
música a gente precisa esquecer um pouco essa palavra ?
R: As palavras tem vários significados e talvez juízo não queira dizer
somente isso. Vivemos na subjetividade, na velocidade da pulga.
- Vocês desejam fazer parceria com
algum cantor, ou banda ? Qual ?
R: Não sei, não pensamos muito nisso.
- Recentemente, vocês tem
participado do Festival Grito Rock, fazendo 4 shows num só final de semana. É
muita loucura ? Como foi isso ?
R: Todo palco que se abrir a Absinto Muito estará lá para tocar.: estamos
falando de disponibilidade. Três gritos em uma noite soa como algo impossível,
mas foi um fluxo contínuo. Algo como um show interminável de 6 hora,s algumas
repetições, intervalos, e a lisergia do tempo.
- Acham que atualmente, a
industria musical depende muito do mercado virtual ? A internet facilita a vida
de uma banda ?
R: Há sempre dois lados. Hoje em dia tudo depende da internet, e quando
digo tudo é tudo mesmo. Todos podem postar suas músicas, inclusive músicas de
baixa qualidade. Sem desmerecer ninguém, mas às vezes o excesso de informação
dificulta o acesso. Vivemos na internet, e temos grande parte do nosso alcance
devido a ela, mas ao mesmo tempo que liberta, a internet aprisiona. Não podemos
nos afastar da nossa página do facebook por muito tempo, por exemplo; ou deixar
de postar novidades. Tudo é muito efêmero no mundo da internet e, nesse
palheiro de informações, todo dia uma banda morre.
- Sabemos que existem bandas que
pagam pra tocar, quando estão começando. Vocês passaram por isso ? Qual a
opinião de vocês ?
R: Pagar para tocar diretamente não; isso mexe com o ego. Mas todo mundo
tenta pagar o mínimo possível para as bandas e isso é péssimo. A gente quer
viver disso, mas em alguns lugares existe uma certa falta de respeito dos
produtores de eventos, que estão atrás do seu lucro. O que mais existe nos dias
de hoje, com essa quantidade infinita de bandas, são bandas que se apresentam
sem receber nada, e é preciso muito trabalho para se destacar nessa multidão.
- Bem, vocês lançaram um cd
recentemente. Como tá a recepção do público ?
R: Sensacional. O CD tá lindo e o seu lançamento oficial, para a imprensa e
grande público, será uma festa linda financiada pelo Catarse (financiamento
coletivo) . Olha a internet aí de novo. E está previsto para Abril.
- E por falar em cd novo, existem
muitos músicos que discutem sobre a gravação de singles, EP’s e CDs, alegando
que os singles são melhores para a apresentação de bandas independentes, já que
estes seriam menos prejudiciais a banda, já que podem ser mais baratos e os
músicos independentes costumam tirar dinheiro de seu proprio bolso. O que vocês
pensam a respeito ?
R: Somos apaixonados pelo CD. Tivemos todo um cuidado especial com o
encarte e com toda a proposta musical e visual do CD. O CD é importante, pois
conta uma história não linear, ele representa uma fase da banda, um estado de
espírito. Algo que não pode ser sentido em um single ou em um EP. Acreditamos
que só se conhece realmente uma banda ao ouvir um álbum completo feito pela
mesma. Ao contrário das coletâneas de vários singles, que para nós parece uma
colcha de retalhos, totalmente diferentes e disformes. Esse CD é nossa atual
essência.
- Já aconteceu alguma coisa em palco,
que vocês pensaram: “Ferrou!” ? Como proceder, caso dê algo errado ?
R: Já, várias vezes. A energia já acabou no palco, luz, o amplificador
queimou, a voz também já queimou. Tentamos sempre improvisar e consertar o mais
rápido possível, contornando a situação com criatividade, sem permitir aquele
silêncio chato. Esse final de semana mesmo, em Sabará, a voz precisou ser
trocada durante uma música: criamos um clima de improvisação com dinâmica,
mantendo o público alerta na música. O que seria um problema, virou algo
interessante e o show terminou de forma catártica.
- Enfim, pra dizer adeus. Quais os
próximos planos da Absinto Muito para 2013 ?
R: Temos grandes planos, são muitos projetos, a cada show uma ideia nova.
As ideias que surgem no carro durante as viagens sempre reverberam. Muitos
novos vídeos, músicas e viagens. Estejam atentos:
"Quando espera está por vir
!"
(Absinto Muito)
E foi isso, crianças! Muito obrigada aos meninos da Absinto, que se disponibilizaram em responder as perguntas desta que vos fala. Pra quem curtir o som dos caras e quiser conhecer mais, eles estão em todos os cantos da internet que você possa imaginar: Facebook, Twitter, Soundcloud, Oi Novo Som e claro, o site oficial da banda, onde vocês podem ouvir todas as músicas e baixar.
Pra deixar vocês com gostinho de quero mais, aí vai uma das faixas do novo cd, intitulada de "O Menestrel."
E é isso, negads. Bom começo de semana pra vocês, e aproveitem bastante a vibe da Absinto, seja em casa deitado de boa na lagoa, na internet conversando, no engarrafamento... Mostrem para os amiguinhos também.
Ainda tô aceitando os bombons de páscoa, viram ?
Beijos da Gorda,
Sarah Azevedo.
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