sexta-feira, 12 de julho de 2013

Mas afinal o que é Rock 'n' roll ?


Bom, para alguns é um estilo de vida, pra outros uma esquisitice sem tamanho e para o Humberto Gessinger fica a dúvida entre os óculos do John e o olhar do Paul.

Como toda a galera sabe, ou pelo menos deveria saber, hoje, dia 13 de julho é comemorado no Brasil o dia do rock. Graças a uma galerinha que resolveu se reunir em um show beneficente há alguns anos atrás  contra o fim da fome na Etiópia, se eu não me engano. A partir da década de 90, os brasileiros começaram a comemorar o dia do rock nesse dia, pra relembrar esse gesto bonitinho, com programação voltada pra esse tipo de publico onde quer que seja. Ou pelo menos deveria ser assim.

E é óbvio, que eu não poderia ficar de fora dessa não é ? Hoje, como de praxe irá rolar entrevista sim. Mas não só com uma banda. E sim com três! Sim, meus caros! A programação de hoje vem bombando e de uma forma diferente.

Resolvi me expandir e clarear a mente. Grande parte da galera sabe que eu não sou fã de banda brasileira que resolve cantar em outro idioma, que em sua grande maioria é o inglês. Entretanto, nos últimos tempos, eu tenho ouvido uns trabalhos muito bacanas e resolvi deixar um pouco de lado o meu xenofobismo. Época de movimento verde amarelo já passou!

Enfim, as bandas de hoje são de diversas partes do Brasil. Gostaria de apresentar a vocês a galera da It Girl (CE), Far From Alaska (RN) e Red Foot (PR). Do Nordeste para o Sul, minha gente!
Todas as três bandas citadas acima apareceram inusitadamente na minha vida e fizeram ver que o trabalho da galera como eles as vezes é muito melhor do que de muita banda gringa. Por isso, não custa dar uma chance e ouvir o outro lado da moeda, não é mesmo ? Resolvi bater um papo com as três bandas, num jogo rápido de poucas perguntas (ou pelo menos eu tentei que fossem poucas.) Saquem só:

- Por que escolher fazer rock em outro idioma ?
It Girl: Na verdade, não escolhemos. Não paramos e decidimos entre inglês ou português. As músicas simplesmente chegam. Temos uma boa familiaridade com o idioma e as letras inglês encaixam naturalmente nas melodias criadas, é um caminho natural. Não gostamos de forçar, as vezes surgem músicas em português, mas elas tem outra pegada e talvez sejam um outro projeto!

Far From Alaska: Acho que não foi escolha... A maioria do que a gente escuta de rock é em inglês, então na hora de compôr essa influência meio que aflora naturalmente. Fora isso a gente se sente mais à vontade pra ser sincero (leia mandar umas indiretas ahaha) ‘camuflando’ a letra com o inglês.


Red Foot: Escolhemos a língua inglesa não só apenas pela sonoridade mais também pela
extensa trajetória que o rock'n roll trilhou nesta língua, o que traz maior representatividade pra quem gosta mesmo de rock. A questão da sonoridade é musicalmente perceptível, basta escutar clássicos do rock na língua inglesa que foram "traduzidos" para outros idiomas e percebe-se o quanto se perde em harmonia sonora; afinal de contas, o rock surgiu do inglês, é como imaginar uma Bossa em outra língua que não a nossa, imagine um João Gilberto em "chega de saudade" sendo cantada em alemão!

- Como vocês veem o mercado atual de rock brasileiro ? 
It Girl: Promissor. Com os meios online fervendo, cremos que tudo seja possível. Achamos que essa história de banda querer ser do "mainstream" uma furada. Hoje em dia existem bandas independentes com carreiras sólidas que nos fazem acreditar que podemos produzir nossos discos e vender nossos shows sozinhos, viver de musica realmente.

Far From Alaska: Complicado, estamos meio que numa entresafra que já dura alguns anos, né? As gravadoras tradicionais caindo e meio perdidas no seu novo papel aí com todas essas transformações internéticas (ahaha), vários selos pequenos emergindo... Do ponto de vista do mercado tradicional, achamos que tá bem zuado... Cabou o glamour! O que, sinceramente, pra nós é ótimo, porque o independente taí e anda muito bem obrigado. Muita banda produzindo, rodando, se ajudando, muita coisa nova sensacional despontando sem precisar de um grande label pra fazer sucesso. ‘Sucesso’ aliás, é uma palavra que tá se redefinindo no rock... Mas isso é outro papo, pra se ter tomando café, com bem muito tempo pra falar umas bobageiras...

Red Foot: Vemos que o mercado em si continua o mesmo e funciona de duas maneiras.
Você pode pagar pra ter exposição de diversas maneiras; pelas convencionais
(pagando as rádios, os produtores musicais, os estúdios...etc), ou pelas maneiras
modernas (pagando blogs, redes sociais...etc). É claro que grandes produtores que
trabalham ou tem contatos em grandes gravadoras/selos musicais não irão produzir
Rock'n Roll caso esse não esteja em alta (moda) no momento, pelo simples fato
de que o mercado da musica encara a musica como material artístico (algo que se
vende pra ter lucro) e não mais como conteúdo artístico. O mercado do rock no Brasil
já foi "bom" um dia, apenas por esse motivo, o rock naquela época estava "na moda".
Quem não concorda com essa patifaria são as "bandas independentes", como a nossa,
que preferem fazer todo o trabalho por conta própria, priorizando a sinceridade artística.

- Sabemos que não é fácil levar uma banda de rock. Acham que isso complica quando a banda canta em outro idioma ou a galera recebe mais abertamente ?
It Girl: Achamos que pra todo som, há um público. Vão existir pessoas que são mais abertas a bandas que cantam em outro idioma e outras que não. A questão é descobrir onde estão as pessoas que curtem mais o teu som. Acima de tudo, fazer o tipo de música que você gosta de fazer.

Far From Alaska: Acho que sim, e que não. Depende do que você quer, uai. Se você quer ser o Jota Quest, poxa, isso será um problemão, canta em português, velho! No nosso caso, já não... quem gosta da gente - e isso a gente vê pelas pessoas que vem falar conosco nos pós shows da vida – escuta muita coisa em inglês também, então já está acostumado a receber a música assim.

Red Foot: Nunca recebemos nenhuma crítica especifica a questão do idioma nas letras da Red Foot. Acho que o inglês hoje está mais popular do que nunca, e quem gosta de rock'n roll de verdade já esta acostumado a correr atrás da letra pra cantar junto.

- Quais a influências de vocês ?
It Girl: As influências são as mais diversas, vamos citar uma carrada, hahaha. Kiss, The Strokes, Teenage Fanclub, Dinosaur Jr., Ramones, Lemonheads, The Drums, The Who, Sonic Youth, Mötley Crüe, Cage the Elephant, Misfits, Sex Pistols, Beatles, Rolling Stones, 69%love que é uma banda muito massa que existiu aqui em Fortaleza que cantava em inglês e por aí vai. Até aí são influências que acabam saltando mais aos olhos, pois cantamos em inglês. Nossas inflências nacionais são mais amplas, como música baiana (da boa) e Jovem Guarda. Somos muito influenciados também por Fortaleza, nossa cidade e por outras formas de arte como o cinema.

Far From Alaska: Eita que difícil. Lá vai umas paradas muitcho loucas: Dead Weather, White Stripes (e qualquer coisa do Jack White), Queens of The Stone Age (e qualquer coisa do Josh Holme), Foo Fighters, Turbo Wolf, Lana del Rey, Madonna... ó começou a esculhambar, melhor parar por aqui né?

Red Foot: Somos em 5 integrantes. Cada um trás para a Red Foot uma bagagem musical diferente, vai desde Muddy Waters, Elvis e Jerry Lee Lewis até Beatles, Led Zeppelin e por ai adiante, passando por blues, rock, country, folk, etc.

- Qual a melhor parte de se ter uma banda ?
It Girl:  A melhor parte de ter uma banda é ter uma espécie de segunda família, pelo menos com a gente funciona assim. A gente se diverte um com outro e convivemos muito bem. Isso é fundamental, deixa todo tipo de projeto muito prazeroso.

Far From Alaska: TOCAR ROCK ALTO!


Red Foot: Pra mim, e acho que falo por todos da banda, o melhor de se ter uma banda é

tocar Rock'n Roll! E receber parte do pagamento em cerveja também não é nada mal.

- Qual a melhor forma de se comemorar o dia do rock ?
It Girl: O melhor jeito de comemorar o dia mundial do rock é indo num show de rock e se divertir como você quiser durante a noite toda, se não for possível, simplesmente se junte com a sua galera, e ouça bem alto a sua banda preferida, grite junto com eles, faça solos de guitarra imaginária e é isso. Se não der pra se juntar com os amigos, faça tudo isso sozinho, é também uma grande terapia. Longa vida ao Rock.

Far From Alaska: TOCANDO ROCK ALTO!

Red Foot: Tocando Rock'n Roll, bebendo e se divertindo com os amigos rockeiros. Se não for rockeiro, não vale. rsrs

It Girl é formada por Pedro Fialho (Vocal), Anatole Nogueira (Guitarra), Yuri Lobato (Guitarra), Ricardo Arraes (Baixo) e Cícero Nascimento (Bateria). Caso tenha ficado interessado em saber mais da galera, é só chegar! Eles estão no Facebook, twitter e soundcloud.

Far From Alaska é formada por Emmily Barreto (vocal), Cris Botarelli (guitarra), Rafael Brasil (guitarra), Edu Filgueira (baixo) e Lauro Kirsch (bateria). E também estão pelo Facebook, Twitter, Soundcloud e Site.

Red Foot é formada por Gabriel Ricardo Teixeira (Vocal e guitarra base), Henrique Dinar (Baixo), Thiago Guerra (Guitarra solo), Fabio Santos (Bateria) e Augusto Freitas (Gaita harmônica).  E estão no Facebook e Myspace.

Sei que o texto ficou hiper longo, mas não reclamem! Esse é o meu presente de dia do rock pra vocês! Bandas boas e com som de qualidade no país do futuro! Gostaria de agradecer imensamente a galera de cada uma das bandas, que foram super bacanas em responder essa que vos fala, ou melhor, digita.

Sem mais delongas, até mais minha gente!

Beijos da Gorda,
Sarah Azevedo.




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