quinta-feira, 4 de julho de 2013

Os Diamantes dos Tangarás.

Fala aê, negads! Qual a boa da lagoa ?

Desde da onda de protestos e reivindicações que eu não apareço por aqui. Espero que estejam todos bem e recuperados das balas de borracha e das bombas.

Pra melhorar esse clima, melhor coisa não há do que música boa. Óbviamente, vem aí mais uma sessão das minhas bandas de nomes estranhos. O melhor remédio contra o tédio, o mau humor e o trânsito!

A banda de hoje é daqui da terra do samba, vulgo Rio de Janeiro. Formada por Ciro Acioli (Vocal), Nino Ottoni (Guitarra), Pitter Rocha (Guitarra), Miguel Dias (Baixo) e João Carrera (Bateria), o quinteto nomeado de Os Tangarás apareceu na minha vida já tem algum tempo. Só não consigo lembrar como foi. Mas isso são meros detalhes que não importam tanto assim. O importante é que lembro da primeira música. "Não sei viver como você" lembra-me algumas situações e até hoje é a minha preferida. Ouçam:



Com pouco mais de 2 anos de banda, os meninos possuem um EP gravado chamado Diamantes e já conquistaram um bom público, além de já aparecer diversas vezes em colunas de jornais como O Globo. Atualmente, estão preparando um novo album que possui data de lançamento prevista para o dia 17 de julho. Então, eu, uma pessoa muito boa, resolvi bater um papo com eles pra apresentar pra vocês. Ciro e Nino, vocalista e um dos guitarristas da banda, respectivamente, foram uns chuchus e conversaram comigo num papo super bacana. Saquem só:

- Como surgiu a banda ?
R: Ciro: Bom, eu acho que chega uma hora na vida de todo músico em que ele precisa dar um jeito de fazer música pra viver. Há dois anos atrás eu resolvi isso pra mim: preciso ter uma banda, preciso viver de uma banda, quem é bom o suficiente pra vir comigo? Infelizmente, eu não conhecia ninguém bom o suficiente, então me juntei ao Nino.  
Nino: O Ciro me ama, esse é só o jeitinho dele.

- Da onde saiu a ideia do nome "Os Tangarás" ?
R: Nino: O nome é uma homenagem ao Noel Rosa, que tinha um grupo chamado Bando de Tangarás. Pode parecer estranho a gente ter escolhido um sambista para homenagear no nome, mas é que todos gostamos dele. O Ciro, aliás, chegou a fazer o Noel Rosa no teatro! E acho que sugere a mistura que fazemos de rock com referências brasileiras.
Ciro: Sim, é verdade. E algumas coisas do Noel, como por exemplo a ironia das músicas dele, nunca saíram da minha cabeça. Eu realmente noto alguns traços dele em coisas da nossa banda. A homenagem faz sentido. Às vezes eu tô cantando uma melodia vocal, uma coisa de rock mesmo, e de repente me lembro do Noel. Ele tinha um caminho pra narrar as coisas que, sendo o tipo de música que for, faz sentido. 

- Vocês possuem um EP gravado e já estão preparando o novo CD. Geralmente essa fase traz consigo grandes mudanças para a banda. No caso de vocês, como tá sendo isso tudo ?
R: Ciro: A gente tem trabalhado muito, e o que eu posso dizer é que está sendo maravilhoso, de verdade. Toda a preparação, a intensidade de trabalho que envolve, é muito enriquecedora. A gente vai cuidando de um detalhezinho depois do outro, em muitos pequenos passos, e a evolução vai acontecendo sem que a gente sinta a diferença. É um processo orgânico. 

- Ter uma banda é bacana, no entanto é difícil.  Qual o maior perrengue que já passaram em cima dos palcos ?
R: Nino: Com os Tangarás já aconteceu de cair parte da energia do palco durante as músicas - cada vez que os refletores acendiam, os amplificadores de baixo e guitarra paravam de funcionar. Até descobrir qual era o problema, perdemos boa parte do show... 

- Qual a opinião de vocês sobre o cenário do rock nacional no Brasil, atualmente ? 
R: Ciro: Nós achamos que no mainstream já há algum tempo temos poucas novidades. Um expoente que tenha surgido, uma grande banda, uma coisa que mexesse com as pessoas. No cenário alternativo, tem muita gente boa, mesmo. Pra nós, a luta é conseguir levar música boa pro maior número de pessoas que for possível. Pelo menos quanto aos Tangarás, é isso que a gente quer; foi isso que os Beatles nos ensinaram.

- Bandas que pagam pra tocar: qual a opinião de vocês sobre o assunto ?
R: Nino: Eu não vejo tanto problema nas bandas que pagam pra tocar. O grande problema são as casas e produtores que cobram pras bandas tocarem. Claro que se ninguém  topasse isso não ia acontecer, mas normalmente são bandas que estão começando, desesperadas para tocar e que topam qualquer coisa. O ideal seria um boicote maciço a esse esquema, com o maior número possível de bandas participando. Mas as bandas, à medida em que vão crescendo, também param de pagar pra tocar. Nós mesmos não fazemos isso. 

- Sabemos que grande parte das pessoas não estão abertas a ouvirem o que tá surgindo por aí no cenário independente. Acham que isso acontece pelo fato das pessoas estarem desacreditadas ou por simplesmente terem preguiça de procurar algo novo ? Nesses casos, a internet pode funcionar como o principal meio de divulgação ?
R: Ciro: Eu acho que as pessoas nunca deixaram de querer música boa. E música boa sendo produzida é o que não falta. Eu consigo ser otimista. Entre os fãs de um artista super produzido, por exemplo, você acha muita gente com vontade de ir além, de conhecer outros tantos mais. E, sim, a internet dá a eles as ferramentas. Acho que a tendência é haver o aumento desse encontro, essa aproximação entre o público interessado e a boa música.

- Como é o processo de composição de vocês ? Todos na banda compõem ? Da onde surge a inspiração ?
R: Nino: Nesse disco, as composições são minhas e do Ciro. Mas não tem muito um processo único de composição. Tem vezes que uma música surge pronta na sua cabeça e tem vezes que a gente acaba trabalhando meses na mesma música até ela ficar pronta. E as inspirações estão em todos os lugares!

- A música "Não sei viver como você" traduz uma pessoa que já tá cheio da rotina e de tudo, certo ? Qual a história por trás dessa letra ?
R:  Nino: Em Não Sei Viver Como Você cada estrofe é para uma garota diferente. Claro que é "romanceado", senão não renderia uma música, né? E acho que no fim ela mostra uma inadequação do eu-lírico. Particularmente, gosto bastante dessa temática! 

- Existe alguma banda ou cantor que vocês tem grande vontade de dividir o palco ?
R:  Ciro: Existem vários. Pra citar uma referência gigante da minha formação, eu gostaria de tocar com Arnaldo Baptista, Sérgio Dias e Rita Lee - os três juntos, e eu.

- Para encerrar: Qual o futuro dos Tangarás ? O que pretendem fazer pela frente, planos e etc ?
R: Ciro: Dentro de duas semanas nós vamos entrar em estúdio para as sessões de gravação do nosso primeiro álbum. Estamos completamente focados nisso agora. Depois do disco, vamos cair na estrada com os shows de divulgação. E, ainda nesse segundo semestre, partiremos para a produção do nosso DVD ao vivo.  

E depois de toda essa conversa e de todas essas noticias boas, se você curtiu a banda e quer saber mais, é simples. Pode acessar as páginas deles no Facebook, Twitter, Soundcloud e TnB (Toque no Brasil). E claro, aguardar ansiosamente para o lançamento do novo CD. Ah, e espero ver o Ciro algum dia cantando com a titia Rita Lee, acho que iria bombar!

Pra vocês ficarem com um gostinho de quero mais, deixo pra vocês o clipe da música "Você Ainda Vai Me Ver Com Outra":


E é isso, crianças! Beijos da Gorda,

Sarah Azevedo.






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